terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Ei menininha!

Ei menininha! Sente-se aqui do meu lado...

Me conte quais são os seus problemas. Certamente eu não sou a solução para eles, mas já que meus olhos captaram a sua tristeza, meus ouvidos certamente poderão ser de grande ajuda.

Você não vai dizer, não é? Eu imaginei mesmo que não fosse...

Seu olhar parece tão perdido! Vagueando entre os diferentes calçados pela rua. Seu rostinho mostra uma profunda tristeza... Será a sua inocência que foi roubada? No lugar dela a realidade deixou seus monstros, somente com seus fatos, sem fé e sem nenhum sentimento senão o medo?

Até mesmo a lágrima que brota dos seus olhos é solitária...

De quem é a culpa, menininha? A culpa é de quem roubou a sua inocência ou de quem não agiu para defende-la? Nesse caso, não importa de quem é a culpa... Enquanto a apatia for nossa aliada, não há diferença alguma entre eu e meu inimigo.

Boas intenções são bons tranquilizantes. Ficamos tão entorpecidos que poucos conseguimos ver você aqui, menininha.

Eu não sei porque os bons se calaram diante de tanta crueldade. Não consigo entender aonde estavam os valentes quando os vilões estavam em ação.

Sua solitária lágrima fez brotar lágrimas de culpas em mim...

Me perdoe, menininha... Eu jamais poderei reparar qualquer dano que tenha sido feito à você. Parece que até mesmo um abraço reconfortante trará à você más lembranças. Me perdoe tambem, mas não poderei devolver a sua inocencia, nem mesmo exterminando os monstros que agora vão te amedrontar. 

Os calçados não param na rua, não é? Todos tão ocupados... todos tão apressados.

Eu sei, menininha, que um dia todas as suas lágrimas serão recolhidas. Você será restaurada, voltará a sorrir e nunca mais estará sozinha. Você será consolada, não saberá mais o que é fome e nunca mais será a última, será primeira de todos!

Vejo agora um sorriso seu... de canto de lábios... Conheço esse sorriso, porque eu também o tenho e ele também me denuncia todas as vezes! Terá o seu coração captado os sentimentos do meu?

Isso! Levante-se, limpe seu rosto e vá brincar. Não mais me calarei e não a deixarei indefesa. Sempre estarei de olho em você, pois a sua imagem ficou gravada em meu coração.

Obrigado, menininha...

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Desejos Proibidos

Eu tento fugir... tento correr...
Ja vivi isso em outros momentos e sei como é.

Essa noite virá a mim novamente. Já sinto se aproximando.
E mesmo que eu tente fugir, correndo como um fantasma solitário, procurando nas sombras e nas escuridões da noite o meu escape, minha mente voltará ao início de todo o ciclo outra vez.

Porque não consigo me desvencilhar? Porque quando finalmente consigo me afastar, sou eu mesmo quem me trago outra vez até esse ponto? Certamente há uma razão para me que eu me sabote dessa maneira. Somos inseparáveis assim? Será que estou diante de parte de mim e eu, até aqui, não sabia disso?

Meus pensamentos são invadidos e passo a não mais reconhecer quem eu sou. Tudo que eu quero é aquilo que eu me neguei a ter.

É errado sentir-me assim? Não sei! Considerar tudo isso é tão... retórico e não-poético! Não me orgulho nem me repudio por isso também.

Nessa noite a luz da lua será a única luz entrando no meu quarto, visitando a agonia da minha luta contra meus desejos. Em breve o sol invadirá a minha porta, e meu lençol não trará mais abrigo pra mim.

No frescor da alvorada juntarei meus cacos e, com a água quente em meus ombros, reorganizarei meus pensamentos. Quem sabe algum dia a vida concederá que meus desejos não sejam aqueles que são proibidos? E quem sabe um dia eu alcance o que eu desejo?

Nesse dia eu terei a certeza de ter encontrado meu pedaço do céu na terra!

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Inércia

Desejei ter o poder de transformar as coisas
Fazer a diferença e transpor barreiras
Construí pontes, criei laços outra vez
Fazendo aquilo que ninguem jamais fez

Encorajei o desencorajado
Encontrei abrigo para o desabrigado
Defendi a causa do que teve seu direto negado
Sem ao menos receber sequer um 'Obrigado'

Tentei ser o mediador para a justiça e igualdade
Ofereci tudo que tinha tentando tornar-los feliz
Abri mão de mim e empenhei minha totalidade
E, não sabendo que era impossivel, eu o fiz

Não fiz algo que ninguem poderia ter feito
De fato, qualquer um poderia, mas ninguem o fez
Apesar de terem a chama acesa no peito
Muitos de agir discretamente se satisfez

Fui intenso, inteiro, me esforcei e fui persistente
Derramei meu ser, amei de forma imprudente
Cheguei além do que essa poesia apresenta
No fim, isso não fez nenhuma diferença.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Sonhos...


Era uma tarde de sexta-feira chuvosa, quando decidiu ir algumas horas mais cedo para casa.

A semana de trabalho havia sido longa e cansativa e ainda não tinha terminado tudo o que tinha pra fazer naquele dia, mas ainda assim decidiu ir pra casa. Não porque havia algo urgente a ser feito. Apenas tinha o desejo de ir embora.

No caminho, sempre se admirava de como o percurso pra casa era agradável. Corredor de árvores, plantações, jardins. Cheiro e gosto de saudade.

Na sua memória, lembranças recentes das dificuldades que enfrentavam. Ali eles davam duro para se manter e atingirem seus objetivos. Enquanto alcançavam alguns, outros ficavam sempre e cada vez mais distantes. Como em um conto de tolos, aquilo tudo não lhes roubava a felicidade nem um pouco. Na contra-mão do que a maioria considerava uma vida de sucesso, riam de tudo e isso acrescentava a alegria de estarem juntos.

Parou e apanhou alguns mini-girassóis que viu à beira do caminho e os enrolou em um pedaço de jornal que estava no carro. Sabia que aquelas flores iriam trazer um sorriso nos lábios que ele tanto beijava e não pensou duas vezes em pega-la.

Ao chegar em casa, foi recebido com a costumeira alegria de sempre.

- Mike, nem vem! Sai, pra lá! Mike, NÃO!!!- disse ao seu cachorro, tentando proteger as flores daquela alegria eufórica.

Os pelos molhados grudavam em seu paletó e as patas cheias de barro que sujavam sua calça e costumava sempre causar irritação, nesse dia não tinham o mesmo efeito. Ao contrário, fizeram festa juntos. Sabia que aquilo provavelmente traria problemas, mas ele tinha mini-girassóis!

- Nem pense em entrar aqui sujo e molhado desse jeito! - bradou a voz de dentro da casa.

Subitamente se levantou e virou-se na direção da voz. Com as mãos na cintura, cara de indignada com a cena que estava vendo e um sorriso no canto dos lábios, lá estava ela, como se estivesse vendo a arte de duas crianças com satisfação.

- Eu tenho um presente pra você! - disse, segurando as flores com a mão pra trás enquanto Mike ainda pulava nele, tentando continuar a brincadeira.

Chegou-se até ela e, num rápido movimento, trouxe as flores na direção de seu peito. Praticamente todas foram amassadas e quebradas enquanto brincava com o cachorro. O jornal que as envolvia ja estava todo molhado e se rasgava.

- Ops! - disse ele, um pouco antes deles cairem na gargalhada.

Ela o beijou e se rendeu ao frio e a chuva. Como dois tolos, ali dançavam abraçados na chuva, enquanto ignoravam os latidos de Mike.

- Entre, eu estava preparando um café pra nós 2. Agora é você quem termina enquanto eu me troco.

Observou-a entrar, admirando sua beleza. Fechou os olhos e levantou o rosto e os braços, deixando as frias gotas cairem no seu rosto e agradeceu a Deus por momentos como aquele.

Mas quando abriu seus olhos percebeu: ainda estava no seu escritório e aquilo não tinha acontecido. Foi nesse momento que percebeu que estava sonhando acordado.

E então, pela primeira vez em muito tempo, sentiu saudades daquilo que nunca tinha vivido antes!

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Chega um dia

Chega um dia quando os fortes se enfraquecem.
A razão da guerra já nem mais é lembrada
O esforço passa a ser questionado.
As habilidades são dominadas pela desmotivação.

Chega um dia aonde nada faz sentido
Os elogios não fazem mais efeito.
As criticas também não pesam mais.
E a auto-crítica se torna mais cruel que tudo.

Chega um dia em que a esperança é confundida.
O encerramento se mostra mais prazeroso
Tudo que se faz é inutil e vão
Tudo em volta parece rir dos vãos esforços

Chega um dia que o fim se apresenta
Os ciclos devem ser entendidos e fechados.
Nada dura pra sempre.
Pra todos chega o momento de desistir.

Chega um dia... e talvez esse dia chegará
Mas esse dia não tem por seu nome Hoje
Nesse dia a toalha não será jogada
A coragem novamente me impulsiona a seguir

No dia chamado Hoje, as forças são renovadas
O propósito é reestabelecido e reajustado
A esperança ganha folego e é restaurada
E o fim, mais uma vez (rs), adiado.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Castle Walls

Era um peso muito grande...

Ninguem poderia suportar tudo aquilo sobre seus ombros e achar normal. Seu mundo fora invadido, suas prioridades confundidas em nome de algo que ela não sabia exatamente o que era.

Seus medos mais profundos foram trazido à tona e sua liberdade estava sendo sarceada forma tão rapida quanto contraditóriamente lenta, de modo que ela nem percebia. Naquele momento a confusão era como um turbilhão em sua mente e fazia com que seu coração pulsasse acelerado, ansioso.

Ele, por outro lado, sempre gostou de andar só.

Carismático, controvérso e polêmico, atraia olhares para si mas construia sua vida como se tudo isso fosse um universo paralelo. Isso era uma blindagem e nada o afetava. Era melhor assim, pensava. Mas agora, o equilibrio havia desaparecido. Tudo aquilo era corrosivo demais.

Houve um tempo em que as coisas eram diferentes. Suas afinidades pareciam fazer sentido, seus olhos chamavam e gritavam um para o outro aquilo que as palavras não diziam. Seus lábios não puderam ser evitados, como não se evita um forte magnetismo. Com sorrisos, gestos, palavras, carinhos, afetos e uma grande amizade construiram as paredes daquele castelo.

Mas naquele momento, sabiam tudo estava desmoronando. Nada do que fizessem mudaria isso. Alias, ambos já sabiam exatamente o que fazer. As cartas já estavam sobre a mesa e apenas precisavam ser jogadas como a lógica exigia. Já haviam perdido aquele jogo.

Quando encheram o peito pra dizer o que já era esperado, o silencio reinou e nada se ouviu senao um sussuro. Nada seria feito naquele dia.

Mesmo sabendo que era inevitável, preferiram sentar-se na grama, encostar suas cabeças um no ombro do outro e aproveitarem até o ultimo momento que poderiam estar ali, juntos, vendo as paredes desmoronarem.

Nem desistiram, mas também nem tentaram. Na verdade, não importou nem um, nem outro. Logo se tornariam o que sempre foram.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

INVICTUS


Dentro noite que cai sobre mim
Na densa escuridão que me acalma
Agradeço a Deus que me trouxe aqui
Pela minha inconquistável alma

Na cruel garra do destino
Não estremeci, nem gritei em voz alta
Sob as pancadas do acaso
Minha cabeça sangra, mas nao está curvada

Além deste lugar de ira e lágrimas
Cresce o horror das sombras e gemidos
Apesar da ameaça dos anos que passam
Me encontram, e me encontrarão destemido

Não importa quão estreito seja o caminho
Quantas punições tem a lista que me aguarda
Sou o mestre do meu destino
Sou o capitão da minha alma



Versão traduzida e adaptada de William Ernest Henley

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Deriva



Esse ja era um sentimento conhecido... Tinha chegado novamente seu tempo pra mim.
Era como Morpheu tirando de um sonho a uma nova realidade. De alguma forma, estar em seu próprio mundo nao parecia mais ser tão normal como já foi. Versos que ninguem nunca conheceu seriam cantados.

Por tantas vezes os pés não obedeciam e não pareciam serem meus. Por mais que esforçasse não conseguia encontrar o chão debaixo de mim para me firmar de pé, com a esperança de alcança-lo um dia.

Mais um dia questiono em aonde cheguei, como fiz pra trilhar todos esses caminhos. E agora, como faço pra voltar e encontrar de novo o caminho certo? Olho em volta, procurando as migalhas deixada por João e Maria, procurando tudo aquilo que foi perdido, e até mesmo aquilo que ainda não me dei conta de que perdi. Talvez eu encontre no final.

Enquanto isso, vou sentindo as mesmas coisas outra vez. Os mesmos versos são cantados repetidamente. Não importa o quanto me esforce pra esconder.

Aquelas palavras que antes eram lidas e meditadas, agora são finalmente entendidas e vividas.
Não há razão para o temor, porque ninguem cantará sozinho.

Como tudo na vida, isso também passará. E provavelmente voltará.  E então entendo que aquilo que parece querer me dissolver é, na verdade, o que constantemente me refina.

domingo, 27 de junho de 2010

Como posso?

Como posso anunciar uma palavra que eu não vivo?
Como posso cantar aquilo que não condiz com a realidade?

Aprendi que devo amar. Aprendi que devo perdoar. Aprendi também que todas as falhas de todos os homens é perdoada pelo seu arrependimento.

Li sobre dezenas de homens sedentos por sangue jogarem suas pedras fora porque simplesmente foram desafiados a olharem pra dentro de si e, se ao menos 1 deles estivesse em condições de condenar aquela mulher, que iniciasse o massacre.

Os tempos mudaram, e cada vez mais pessoas capacitadas a atirar a primeira pedra estão presentes, prontos para ameaçar aqueles que derem o azar de se encontrar com elas. O pior é não encontrar pessoas dispostas a se interpor entre as partes em prol daquilo que se acredita.

Como posso anunciar uma noticia de reconciliação com o Criador e Regente do Universo para todos os homens, quando diante dos homens isso não é o suficiente para dar harmonia entre os irmãos? O fato de uma pessoa estar em harmonia com o Criador e Regente do Universo não deveria ser mandatorio pra mim? Somos tão bons ou tão importantes assim?

Como posso cantar a canção do perdão, vivendo uma vida dominada pelo orgulho?

E como anunciar para os que não tem lar, para as prostitutas, travestis, assassinos, traficantes e amigos meus que eles são aceitos por Deus e que, como filhos dEle, nós também os amamos quando não suportamos nem respirar o mesmo ar que eles por tempo o suficiente pra que ao menos isso parecesse verdade?

Qual a razão de levantar as minhas mãos a um Deus que não vejo mas sinto, sendo que não consigo sentir o meu irmão que vejo do meu lado?

Decididamente quero romper com isso. Não deixando meu lugar vago, pois tal como Philip Yansey escreveu: "me afastei por encontrar pouca graça ali, voltei pois não achei graça em nenhum outro lugar."

Não quero me perder entre os apertos de mãos, sorrisos e beijos no rosto sem sinceridade. Não quero me perder entre luzes, arranjos, acordes e discursos vagos.

Quero aproveitar esse momento para me perder novamente em minhas incertezas, na esperança de me encontrar outra vez no final. E que então eu possa ser verdadeiro comigo mesmo, aprendendo o que é verdadeiramente amar.

Comigo, levarei apenas uma certeza: Tudo aquilo que ficou pra trás, não quero mais de volta!  

sábado, 5 de junho de 2010

Luto

Uma nova vida veio ao mundo. Um novo bebê chorando nos braços da enfermeira. Bebê e seus pais chorando.

Em todos se encontram olhos lacrimejados de alegria. Lágrimas semelhantes às que escaparam de meus olhos. Porem, não era a alegria que as faziam romper.

O toque do telefone era um anúncio de noticias que não soariam tão boas. Os médicos haviam decretado a vida em apenas mais algumas horas.

Se eu pudesse, daria muito mais.
Foram anos atravessados em meio ao deserto. Abraços que traziam conforto em meio ao desespero, sorrisos em meio ao sofrimento. Todas as esperanças colocadas dentro do jarro que, de tantas vezes despedaçado, se tornou um mosaico. Mas a esperança se foi, e não deixou vestígios para trás.

Uma vida nova é fácil de aceitar. Mas a chegada de uma alma não aplaca a dor da partida de uma tão querida.

De fato, muitos passam por esse mundo. Mas nem todos de fato vivem. Multidões que vivem por longas décadas, deixam por trás de si um passado sem sentido, vidas desperdiçadas e empoeiradas em meio a oportunidades não aproveitadas.

Algumas, entretanto, tem o poder de transformar outras vidas, ainda que não tivessem feito a escolha e nem tivessem clara a intenção de assim o fazer. Apenas o milagre da sua existência é o suficiente pra mudar até mesmo a nossa visão e o nosso entendimento sobre o Criador do Universo.

Na ausência das palavras que seriam capazes de definir e externar os sentimentos gerados em meio aos acontecimentos, o luto traz a dor, lembrança e a certeza de que ainda somos crianças no saber e no interpretar.

A fé não esta abalada.

Os corações feridos nunca mais voltarão a ser como antes, mas serão curados e o triste mosaico dará lugar a uma bela paisagem. Por hora, a inspiração é sufocada, a poesia retirada, até que os dias de luto passem.

Porem, se eu pudesse, daria muito mais...

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Quase deuses


Imagem e semelhança, mas sem se contentar com tal fato maravilhoso, vivemos em busca de mais e mais.

Não aceitamos conselhos em sua totalidade, afinal, já aprendemos com a velha serpente de que há muito mais por tras dessa história do que o que nos foi contado.

Nos privamos da confiança total, justamente por tal desconfiança! Há algo além, diz nosso coração.

A eternidade foi colocada em nossos corações e atuamos como se isso nos tornassem eternos. Jamais vamos descobrir tudo que foi feito. Isso já está determinado!

Nos confundimos com nossas ações. No externo, fazemos desinteressados e altruístas. Mesmo quando queremos fazer o bem a outros, temos interesse em reconhecimento, em resultado nosso. Queremos ser tudo para todos e fazer mais do que os outros. Queremos amar mais do que todos e ser amados na mesma proporção. No fundo, queremos glória, poder e até mesmo adoração. Olhem para nós! Vejam quão valorosos somos!

Quanto desperdício sermos apenas imagem e semelhança, quando poderiamos ser melhores! Quantas vezes agimos dessa forma, ainda que neguemos esse pensamento?

O mundo foi feito em 6 dias houve o dia do descanso. Nós, porém, não paramos pra descansar. Nem mesmo para desfrutar a palha que conseguimos ajuntar, ainda há muito a ser construídos por nós. Afinal, somos quase deuses!

Quero e preciso ser menos egoísta, tendo tudo que me é confiado (tempo, habilidades e bens) à disposição daqueles pra quem fui designado a servir, sabendo que sou o menor dos menores quando apenas quero ser servido.

 
Quero e preciso diminuir minhas expectativas sobre mim mesmo, que me pedem a ser aquilo que eu não fui criado pra ser, pra então descobrir o prazer de ser completo, vivendo o propósito que Você tem pra mim.

 
Quero e preciso desconfiar da minha capacidade, pra que eu aprenda devidamente minhas limitações e entenda o quanto você pode ir alem na minha vida, pois é o seu poder que pode mover todas as coisas que me são impossíveis, e que eu não tenho poder algum!

 
Quero e preciso confiar que ganho tudo que eu preciso quando descanso em você, e não quando eu te deixo em segundo plano para lutar pelo meu conforto e segurança.

 
Quero e preciso crescer sua vida em minha vida, ao ponto de que nem mais me notem aqui, e assim vejam só você.

 
Quero e preciso aprender a ser mais dependente de você, de tal modo que eu sinta a profunda necessidade de te-lo por perto e sempre saber se estou fazendo o que você quer que eu faça.

 
E te agradeço, por ter a sua imagem e semelhança. Isso é mais do que o suficiente pra que eu te conheça!

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Seria mais fácil, mas...

Em resposta a: Seria mais fácil


Seria mais fácil, mas seria tão frio...

Fechar os olhos e não ver a beleza que se fez Não ver o mundo como está e nem no que se tornou quando a luz rompeu a escuridão.
Não enxergar o medo atrás de um sorriso e não enxergar a força renovada através de uma lágrima quando dizemos: CORAGEM!
Se calar enquanto podemos oferecer palavras de vida!

Seria mais fácil, mas não teria vida...
Não me preocupar com quem está ferido e esquecer que com isso estamos abandonando a nós mesmos;
Passar, ver e não notar, e com isso não testemunhar um milagre;
Viver somente a minha vida e deixar de ser transformado pelas outras vidas;
Não me importar e me tornar sem importancia pra todo mundo.

Seria mais fácil, mas seria tão solitário...
Cuidar só do meus problemas e não ter com quem dividir as vitórias
Pensar só no meu futuro e chegar sozinho no topo da montanha
Abrir mão de um chamado e andar errante..
Largar tudo o que me daria razão pra viver

Seria mais fácil, mas tão monótono...
Uma noite tranqüila sem as emoções que me fazem sentir vivo;
Menos provações e menos crescimento
Não ser retalhado e me acomodar em ser fraco
Não ter aflições e desconhecer o prazer do alívio

Quanto mais medito, mais venho a entender
O que fazemos aos outros, na verdade
Fazemos a nós mesmos.
A verdadeira transformação que se dá
Diante dos nossos olhos não pode se comparar
Com a transformação que ocorre
Em nossos corações.

Pra mim, essa sim é a verdadeira recompensa

quinta-feira, 18 de março de 2010

Revoluçao do Coração

Não é dificil perceber que há um grande desequilibro e que as coisas não estão bem.

Eu sei disso, mas acho isso afeta meu lar se eu parar pra pensar que nesse momento... pode estar acontecendo agora!

No mesmo momento que você tem uma geração que se diverte assistindo a reality shows na TV (que, pra ser honesto, de real ali não tem nada!) uma criança que está sendo prostituída a portas fechadas, tendo sua inocência roubada!

Não é justo que nós possamos consumir qualquer oferta material a nossa frente, enquanto o órfão e a viúva são excluídos de qualquer dignidade de vida porque eles são vítimas de um conflito que simplesmente não é deles.

Não é justo que uma geração esteja aumentando seu quadro de obesidade enquanto DIARIAMENTE 30 MILHÕES DE PESSOAS morrem por falta do que comer.

Não é justo que não vejamos problema em pagar 3 ou 4 reais por uma água de torneira filtrada em uma garrafa com rótulo bacana, enquanto existem comunidades inteiras que sofrem com doenças porque a única água que eles tem acesso é parada e poluída!

Não é justo que podemos cantar, dançar e pular em liberdade ao mesmo tempo que os escravos permanecem cativos fora de nossas vistas, fora de nossos pensamentos.

Não é justo que possamos sentar e assistir o noticiário da noite no conforto de nossas salas e sentir pena daqueles que sofreram por causa de uma tempestade, um terremoto ou uma enchente, simplesmente sentirmos pena dessas pessoas e então mudamos o canal pra assistir alguma novela.

É justo passarmos por um sem-teto e não lhe darmos nada com a desculpa que ele irá gastar tudo com bebida ou cigarros, ou mandá-lo levantar e arrumar um emprego?
Quem somos nós pra julgar o alcólatra ou a prostituta, o viciado ou o criminoso como se fossemos melhores que eles?
Quem somos nós pra esquecer o injustiçado o oprimido ou o marginalizado enquanto corremos atrás dos nossos próprios sonhos?

Nós vemos esse desequilibro e pensamos: "Cara, isso não está certo! Isso não é justo!" Mas permanecemos alheios a tudo isso. Porque, pra nós, fazer alguma coisa nos trará algum custo.

E se é assim que tudo termina, então talvez seja justo afirmar que:
Quando ignoramos a prostituição infantil estamos na realidade emprestando nossa mão para seu abuso.
Quanto ignoramos o órfão ou a viúva em seus sofrimentos estamos acrescentando-lhes dores!
Quanto ignoramos o escravo que permanece cativo, somos nós que o estamos escravizando!
Quando nós esquecemos do refugiado, somos nós que o desabrigamos.
Quando decidimos não ajudar o pobre e o necessitado, estamos roubando-lhes

Talvez a única coisa justa a dizer é que quando esquecemos o que os mandamentos dizem sobre isso, ESTAMOS ABANDONANDO A NÓS MESMOS.
 
 
 
Extraído de - The I Heart Revolution
 

quinta-feira, 4 de março de 2010

Não é amor...




Já me cansei de ver as pessoas fazendo tudo em nome do Amor.
Culpas indevidas, responsabilidade transferida. Tudo em nome de um estranho e indescritivel fenomeno chamado amor. Tudo vale, nada do que eu não quero explicar tem a necessidade de ser explicado, já que estou fazendo em nome do amor.

Sinceramente, além do que está escrito em 1 corintios capítulo 13, eu não consigo ainda definir muito o amor. Mas sei dizer o que ele não é. Podemos começar com uma lista do que NÃO É AMOR. 

O Amor não traça o seu destino. Isso é GPS.
O Amor não te deixa sonhando acordado. Isso é sonambulismo.
O Amor não faz tudo fluir melhor por dentro. Isso é Activia.
O Amor não te deixa quente e te leva pra cama. Isso é dengue.

O Amor não te deixa molinho e manhoso. Isso é Rivotril.
O Amor não faz seu mundo girar sem parar. Isso é labirintite.
O Amor não fica se declarando na madrugada. Isso é embriaguez.
O Amor não leva café na cama e dá na boca. Isso é enfermeira.

O Amor não dá um norte na sua vida. Isso é bússola.
O Amor não torna o céu todo colorido. Isso é fogos de artifício.
O Amor não te faz sentir preenchido. Isso é ceia de ano novo.
O Amor não te faz simpático e amoroso de repente. Isso é Natal.

O Amor não te deixa radiante. Isso é acidente de Chernobyl.
O Amor não te enche de flores. Isso é funeral.
O Amor não faz você chorar sem motivos. Isso é cebola.
O Amor não faz perder a noção do tempo. Isso é horário de verão.
O Amor não muda o que está na sua frente. Isso é controle remoto.

O Amor não faz esquecer dos problemas. Isso é mal de Alzheimer.
O Amor não faz você se sentir em outro mundo. Isso é autismo.
O Amor não faz o coração bater mais rápido. Isso é arritmia.
O Amor não te sincroniza com o outro. Isso é Bluetooth.
O Amor não dá sentido ao que você vê. Isso é legenda.

O Amor não faz a gente perder a cabeça. Isso é guilhotina.
O Amor não rejuvenesce. Isso é peeling.
O Amor não traz a lua e estrelas pra perto. Isso é o Google Earth.
O Amor não é ver-se no outro. Isso é crise de personalidade.
O Amor não te torna leve, nas nuvens. Isso é voar de asa delta. 

O Amor é outra coisa....


sábado, 30 de janeiro de 2010


"Creio no Sol,
mesmo quando ele não esta brilhando

Creio no Amor,
mesmo quando não o sinto

Creio em Deus,
mesmo quando ele está em silêncio"

(Inscrição na parede em uma cela, em um campo de concentração, durante a II Guerra Mundial).

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Procura-se alguem que responda SIM!

Se eu caísse você me levantaria?
Se eu falhasse com você, ainda assim seria capaz de confiar novamente em mim?!
Se mesmo com toda sua confiança, eu novamente te desapontasse, vez após vez, você conseguiria enxergar algo de bom em mim, que fizesse valer a apena estar junto a mim?

Se eu me escondesse, você me encontraria?
Se eu fugisse, você me perseguiria?
Se eu te mandasse embora e você descobrisse que eu me enganei em fazer isso, você voltaria pra me fazer enxergar o erro?

Se eu for inconstante, irracional e incoerente, você se esforçaria para me compreender?
Se me atacarem covardemente, você lutaria pra me defender?
Se eu estiver trilhando rumo a um caminho solitário, você arriscaria sua vida pra estar comigo?

Se me prostrasse por carregar um peso maior do que eu posso suportar e esse peso, mesmo não tendo pedido para te-lo, só pudesse ser carregado por mim, você seria capaz de me carregar?
Se no instante final, eu falhasse em abrir mão do que é preciso, você ainda seria capaz de estender a sua mão e me livrar do fogo?


"Mesmo inconstante, errante, ingrato e egoista como sou, você é o único que respondeu sim em todas essas questões acima. Mesmo não havendo nada de bom em mim, pra que você me escolhesse, ainda assim sua decisão foi me amar e tem prevalecido ao longo dos anos nesse grande amor. A única coisa que quero ser capaz é de viver meus dias com você!"