domingo, 27 de fevereiro de 2011

Mudança




Chegou a hora! É hora de arrumar a casa, de mudar tudo!

Vou trocar as velhas mobilias, jogar fora tudo aquilo que um dia foi muito importante e hoje já não existe mais. Ok, talvez eu possa guardar ao menos uma peça de lembrança!rs

Espalho todas as coisas no chão e vou separando todas em montes: aquilo que vou guardar, aquilo que vou jogar fora e aquilo que ainda não sei o que vou fazer com elas: daqui a pouco decidirei.

Seria muito mais fácil se eu tivesse ajuda pra fazer isso. Algumas coisas são pesadas e levo o dia inteiro só pra rever se são importantes ou não, se devo jogar fora ou não e ai, finalmente, colocá-las no lugar que eu desejo. Mas isso só eu posso fazer.

Estranho como coisas que antes não considerei que eram tão importantes ocupam grandes caixas. E coisas que eu considerava que eram grandiosas mal ocupam uma pequena caixa. Assim é a vida!

Preciso terminar toda essa missão, pois é necessário abrir espaço para novas coisas, novos projetos, novas pessoas.

Vai-se a manhã e a tarde e mais um dia. Estou quase terminando, ao menos um cômodo. E ainda não decidi o que fazer com o terceiro monte...

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Queda



Há muito tempo meus pés não tocam mais o chão.

Uma vez, foram os sonhos que me foram dados que os faziam flutuar. Era possível passar meus dedos entre as densas nuvens, sentir o frio tornando o vapor de volta em água. Era possível ver as estrelas além da tempestade. Afinal, os meus pés me levaram para além delas.

Encontrei nas poesias de Outono alegria, inspiração e reciprocidade. Tamanho foram os sonhos que tomaram conta de mim que não houve mais espaço em meu coração para a razão, que fora expulsa de lá.

A música com facilidade fluia através dos meus dedos em meu violão, enquanto em minha alma eram compostas novas canções.

Hoje, não são mais os sonhos que me fazem flutuar, é o chão que me foi tirado que faz com que eu esteja em queda livre constante.

As cordas já não conseguem mais encontrar o acorde correto em meu violão, nem a poesia encontra mais a sua rima. O barulho ensurdecedor do silêncio estremece minha alma. 

Fecho novamente os olhos, sentindo o vento da minha queda em meu rosto.