quinta-feira, 3 de março de 2011

Cartas de Gregório - I



Vasculhando todas as cartas que escrevi à você sem jamais enviá-las, revivo uma história transformada em palavras, desenhada nas linhas de um papel com a tinta de uma caneta. Assim são as cartas: vivas! Elas mostram a história vivida, pessoas envolvidas, momentos marcantes e revelam a história que nunca foi  dita, mas que para sempre será lembrada.

Você esta presente em todas essas cartas, eternizada dentro de um conto. Todas elas são suas e, assim como tal, serão entregues à você um dia.

E é com a sua lembrança em mente que pego um papel e caneta e, silenciando minha voz, por escrito, ofereço um brinde:

Um brinde à nossa amizade, bem gasta, que o tempo e a distância não tiveram o poder de alterar.

Um brinde às nossas perdas, que nos fizeram crescer, matando nosso orgulho e enchendo nossas taças.

Um brinde à nossa juventude, que corre diante dos nossos olhos enquanto me alegro por poder envelhecer na sua companhia.

Um brinde às rugas do nosso rosto, marcando o sorriso estampado em cada vitória conquistada.

Um brinde às nossas lições ainda não aprendidas, e também para a experiência que virá para nos ensiná-las.

Um brinde aos bons momentos e à boa companhia que fomos um para o outro.

Eis a realidade: nossa vida é tão curta quanto nosso dia é longo. 
Não há nada mais que eu possa fazer; Por isso,  deixo aqui minha canção.

Enfim, um brinde à você!

Seu,

Gregório