sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Distâncias

Vivo separado por distâncias
De quem esta a um clique e de quem está a horas de distância

Kilômetros separam pessoas que amo e quero presente
Da presença daqueles de corações ausentes

Sonhos distantes de se tornarem realidade
Ilusões que até pareceram verdade
Distância de algumas teclas no computador
De alguns botões no telefone
De tudo que sei que deveria fazer e do que de fato sou cumpridor

Distância entre o saber e o sentir
Entre o querer e o fingir
Entre o esquecer e o carregar na memória
Entre assumir meus defeitos e conseguir produzir a melhora

Distância daquilo que eu sou e o que em Deus eu deveria ser
Das palavras escritas e dos sentimentos que gostaria de escrever

Sonho com o dia em que a distância se inverta
Que muito daquilo que esta ausente, seja o que não me afeta
Enquanto esse dia não chega, sigo firme minha caminhada
Sabendo que é Deus quem me direciona nessa jornada

E meus pés, por mais vacilantes que sejam sempre fugindo
São guiados e conduzidos por Aquele que preparou meu caminho

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

TECUM NOSCE


Tal qual criança, que olha para tudo com olhar de novidade
Assim vejo tudo ao meu redor e dentro de mim

Tudo novo!
Cada reflexo, cada raio de sol, cada planeta, cada movimento
Cada canção, cada som, cada tom e cada acorde
Redescubro velhas e novas ideias, aprendo nova gramática
Na mesma velha melodia extraio uma nova poesia
Um novo sabor, novas comidas, uma nova alegria
Lugares conhecidos tornam-se novos lugares
Velhos caminhos com novos roteiros
Amigos que se tornam conhecidos
Estranhos que se tornam irmãos

Descubro após décadas que gosto de filosofia
O quão profundas podem ser as raízes
O quanto algumas delas doem ao serem arrancadas
E que algumas jamais saem da alma

Olhar debaixo para cima me faz conhecer muito melhor
Aquilo que pensava conhecer olhando no mesmo nível
Vendo a importância da minha ausência
E a indiferença da minha presença

Deixo o conforto das certezas pra não ter certezas de nada
Vivo sonhos que meu coração nunca os teve
E caminhos que meus pés nunca antes trilharam
Redescubro que amo tudo que faço
E que minhas incertezas estimulam minha criatividade

E tal qual a criança me apresento à vida
Começando um novo caminhar
Sentindo o doce sabor da acidez, o frescor de um capuccino
Dissipo os medos que eu mesmo crio
Cuido de mim mesmo como cuido de outros

E no fim entendo o que me diz o Oráculo: TECUM NOSCE!