terça-feira, 1 de setembro de 2009

Telhados


Entre as nuvens surgem as montanhas cobertas com neblina. Colinas coloridas, projetadas e pintadas pelas mãos de um perfeito artista. Árvores dão sombras e proteção a todos igualmente. Tudo na mais perfeita harmonia.

Um pouco mais abaixo e não muito longe dali há um lugar chamado civilizado. Com o olhar da sociedade dos poetas mortos, aquele lugar é visto de um ângulo diferente.

Telhados repletos de histórias para quem quiser ler e ouvi-las. Alguns projetados com tom de sofisticação e cores. Outros velhos e castigados pelo tempo, edificados pelos que já deixaram esse mundo. Destruídos, declaram dificuldades das famílias que eles, tão arduamente, tentam abrigar. Também a falta de condições dos mesmos para fazerem os reparos. As cores da miséria são estampadas clamando por socorro.

Aqueles que não os possuem olham com devaneio para os que possuem demais.

Debaixo deles, histórias são escritas. É ali que as máscaras caem e suas feridas são aparentes. Lares destruídos, casais discutindo, traições, os filhos do divórcios, jovens em pleno sofrimento e angustiados.

Enquanto obras são realizadas na sua sociedade, todos escondem debaixo dos seus telhados o que realmente precisa ser restaurado.

Meu coração dói profundamente com essa realidade. Dentro de mim, o clamor das suas almas ecoam e reverberam as paredes do meu coração. Eles precisam ouvir a verdade daquele que diz: "Aquele que ouve isso diga também: - Venha! Aquele que tem sede venha. E quem quiser receba de graça da água da vida."

2 comentários:

Pr. Artur Moraes da Costa disse...

...um intrigante tema da vida sob o ponto de vista dos telhados.Estimulou-me a pensar!

João Romova disse...

me senti num 'google earth literário' ...