Queria por alguns instantes poder ser como um espírito e estar presente, sem que as pessoas soubessem, pra saber o que dizem, pensam e agem ao meu respeito. Especialmente quando não estou com elas. Quais seriam minhas reações? Eu riria? Ficaria chateado? Choraria? Essas lágrimas seriam de alegria ou de tristeza?
Assim como João, eu queria morrer de mentirinha só pra saber quais seriam as reações das pessoas, quem viria ao meu enterro e o que diriam sobre mim. E penso: Porque os outros ocupam espaço tão grande em nossa vida e interdependencia de nossa felicidade?
Nós somos seres iguais e relacionais. Deus nos criou assim. Deus, como ser supremo, está acima de nós. Temos nossas atividades abaixo de nós. É impossível vivermos desconectados das pessoas, isolados, e sermos completos e felizes. No entanto, essa conexão deve servir como um fluxo, onde damos e recebemos. Se recebemos demais, ficamos enfadados. Se damos demais, esgotados.
A troca e a reciprocidade nos faz crescer e caminhar para a maturidade. Aliás, maturidade essa que só pode ser crescida na decisão de amar.
Que a cada dia seja eu mais maduro, na busca para aprender a aceitar, me dedicar mais a outrém, dando espaço também a receber aquilo que me é devido e não deveria ser tomado.